A pneumonia aguda é uma inflamação do pulmão que pode ser causada por diversos organismos, geralmente bactérias e vírus. Independentemente da sua origem, as pneumonias tendem a produzir um de três padrões radiográficos básicos.
A pneumonia alveolar ou do espaço aéreo, cujo exemplo é a pneumonia pneumocócica, é produzida por um organismo que causa um exsudado inflamatório que substitui o ar dos alvéolos, de modo que a parte afectada do pulmão não contém ar, aparecendo solidificada. A inflamação dissemina-se de um alvéolo ao seguinte através de canais de comunicação e pode afectar um lóbulo pulmonar completo ou mesmo todo o pulmão. A consolidação do parênquima pulmonar com escassa ou nula repercussão sobre as vias aéreas produz o sinal do broncograma aéreo característico. O forte contraste entre o ar da árvore bronquial e o parênquima pulmunar circundante, que não contém ar, permite que a coluna de ar bronquial, normalmente invisível, se possa visualizar na radiografia. O aparecimento de um broncograma aéreo requer a presença de ar dentro da árvore bronquial, implicando que o bronquio não esteja totalmente ocluido na sua origem. Um broncograma aéreo exclui uma lesão pleural ou mediastínica, uma vez que nestas regiões não existem brônquios. Dado que o ar alveolar é substituido por uma quantidade igual ou quase igual de exsudado inflamatório, e como as vias respiratórias que conduzem às regiões afectadas do pulmão permanecem abertas, a pneumonia alveolar não evidencia uma perda de volume.
A broncopneumonia, exemplificada pela infecção estafilocócica, é primáriamente uma inflamação que se origina nas vias aéreas e se disseminaaos alvéolos vizinhos. Uma vez que a disseminação alveolar nos espaços aéreos periféricos é mínima, a inflamação tende a produzir pequenas zonas de consolidação que se podem visualizar por todo o pulmão, mas que estão separados entre si por abundante tecido pulmonar que contém ar. A inflamação bronquial que produz a obstrução da via respiratória leva ao aparecimento de atelectasias com perda de volume, não se visualizando broncogramas aéreos.
A pneumonia intersticial pode ser o resultado de uma infecção por micoplasma ou vírus. Neste tipo de pneumonia o processo inflamatório afecta predominantemente as paredes alveolares e as estruturas intersticiais, produzindo um padrão reticular ou linear. Quando se estuda o final da sua evolução, o intersticio engrossado pode aparecer sob a forma de múltiplos nódulos pequenos e densos.
A inflamação extensa do pulmão pode originar um padrão misto de pneumonia alveolar, bronquial e intersticial.
Pneumonia por Aspiração
A aspiração de conteúdo gástrico ou esofágico para o pulmão pode dar lugar a uma pnumonia. A aspiração de material esofágico pode ocorrer em pacientes com obstrução esofágica (tumor, estenose, acalasia), diverticulos (de Zenker) ou alterações neuromusculares da deglutição. A aspiração de conteúdo gástrico porde estar relacionada com anestesia geral, traqueostomia, coma ou traumatismo. Ambos os tipos de aspiração provocam múltiplas condensações alveolares que podem distribuir-se de modo difuso e amplo através de ambos os pulmões. Devido à distribuição anatómica dos campos pulmonares estar afectada pela gravidadem os segmentos posteriores dos lóbulos superior e inferior são os que se afectam com mais frequência, sobretudo em pacientes debilitados ou acamados. O diagnóstico precoce da pneumonia por aspiração e a rápira instauração de tratamento com corticóides e antibióticos são essenciais para melhorar o prognóstico deste processo, que de outro modo seria grave.
Wednesday, March 15, 2006
Tuesday, March 14, 2006
Radiologia Patologica - Inflamação
Inflamação
A inflamação é a resposta inicial dos tecidos do organismo perante uma lesão local. De entre os diversos tipos de lesão, destacam-se os traumatismos penetrantes contusos, os organismos infecciosos e as substâncias químicas irritantes.
Segundo a causa, a resposta inflamatoria consta de 4 processos sequenciais:
1 - Alterações do fluxo sanguineo e da permeabilidade vascular
2 - Migração das células brancas circundantes para o espaço intersticial do tecido lesionado
3 - Fagocitose e digestão enzimatica das células elementos tecidulares mortos
4 - Reparação da lesão mediante regeneração das células parenquimatosas normais ou proliferação do tecido de granulação e eventual formação de cicatriz
A primeira resposta orgânica à lesão local é a dilatação das arteriolas, capilares e vénulas, o que leva a um importante aumento do fluxo sanguineo no local da lesão e seu redor - hiperemia, causando calor e vermelhidão. As vénulas e capilares tornam-se anormalmente permeáveis permitindo a passagem do plasma rico em proteínas através das paredes dos vasos para o espaço intersticial. Este exsudado produz o edema associado à inflamação, pressionando as terminações nervosas sensitivas, o que provoca dor.
Na resposta inflamatoria, os leucocitos (células brancas do sangue, sobretudo neutrofilos e macrofagos) do sangue circulante migram para o local da lesão, digerindo de modo enzimatico os organismos infectantes - fagocitose.
Após a retirada dos tecidos necroticos e qualquer agente lesivo (como uma bacteria), possibilita a reparação da lesão que desencadeia a resposta inflamatória. Em muitos tecidos, como o do pulmão com pneumonia pneumococica, a regeneração das celulas parenquimatosas permite a completa recuperação da anatomia e função normais. Outros tecidos, como o do coração após um enfarte de miocárdio, não curam por regeneração. A área deste tecido destruido é substituida por um tecido de granulação e finalmente por uma cicatriz fibrosa. No abdómen, essas aderências fibrosas podem estreitar as ansas intestinais e provocar obstrução. A acumulação de quantidades excessivas de colagénio (mais frequente na raça negra) pode produzir uma cicatriz protuberante, semelhante a um tumor - queloide. A cirurgia para ressecar um queloide é geralmente ineficaz, uma vez que a incisão tende a cicatrizar do mesmo modo.
Muitas lesões curam-se mediante uma combinação de regeneração e formação de tecido cicatricial. Um exemplo é a resposta do fígado à lesão alcoolica repetida e persistente que provoca uma cirrose, em que os lóbulos irregulares de células hepáticas regeneradas estão circundados por bandas de tecido cicatricial.
5 sinais de inflamação aguda: rubor (vermelhidão), calor, tumor (edema), dor e perda de função. Também conduz a manifestações sistémicas, como febre e aumento de células brancas circulantes.
Alguns organismos bacterianos (como os estafilococos e estreptococos) produzem toxinas que danificam os tecidos e desencadeiam a resposta inflamatória. As bactérias piogénicas produzem um fluido espesso e amarelo (pus) que contém células brancas mortas , exsudado inflamatório e bacterias - inflamação supurativa. Quando ocorre sob a pele ou um órgão maciço dá lugar a um abcesso (colecção líquida e localizada de pús). Qualquer piogénico pode invadir os vasos sanguíneos e dar lugar a uma bacteriemia, o que implica a possibilidade de afectar outros órgãos ou tecidos corporais.
Uma inflamação granulomatosa é um padrão distinto que aparece em relativamente poucas doenças, incluindo a tuberculose, sifilis e sarcoidose. Um granuloma é uma zona localizada de inflamação crónica com necrose central. Caracteriza-se pela acumulação de macrófagos, alguns dos quais se unem entre si para formar células mononucleadas gigantes.
Edema
Um edema é a acumulação de quantidades anormais de liquido nos espaços intercelulares ou cavidades corporais. Pode ser localizado, como acontece na reacção inflamatória, ou generalizado, com edema pronunciado dos tecidos subcutâneos do organismo (anasarca). O edema localizado pode produzir-se por inflamação, com escape de fluído intravascular ou por obstrução local da drenagem linfática, como sucede na filariase, onde um organismo parasitário provoca uma obstrução linfática e edema - elefantíase. O edema generalizado é mais frequente em doentes com insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática e certas formas de patologia renal. É mais significativo nas partes baixas do corpo, devido à acção da gravidade, de forma que os doentes ambulatórios tendam a acumular líquido nos tecidos das pernas enquanto nos doentes acamados o líquido do edema é mais proeminente nas costas, zonas sagradas e pulmão.
O líquido extravascular também se pode acumular nas cavidades serosas, produzindo derrames pleurais e pericárdicos e ascite peritoneal.
O edema pode ter escassos sintomas clínicos ou ser potencialmente fatal. Se localizado nos tecidos subcutâneos, grande quantidade de edema pode provocar uma deterioração funcional mínima. Em contraste, o edema pulmonar, pericárdico ou no cérebro podem ter graves consequências.
O Técnico de Radiologia
O Técnico de Radiologia realiza exames radiológicos convencionais e especiais, no âmbito da radiologia clínica, nomeadamente Radiologia Convencinoal, Tomografia Computorizada, Ressonância Magnética, Mamografia, Angiografia Digital, Osteodensitometria e Ecografia.
Estes profissionais aplicam métodos e técnicas através de equipamentos sofisticados e avaliam as imagens colhidas de acordo com as especificações da clínica, para a complementarização ou implementação do pré-diagnóstico.
Embora o diagnóstico seja a principal área de intervenção, o Técnico de Radiologia intervém hoje ao nível da terapêutica, da prevenção e promoção da saúde e desenvolve actividades de investigação, de gestão e de ensino.
A evolução deste profissional de saúde está subjacente ao desenvolvimento das tecnologias de informação e suas aplicações nos meios de diagnóstico em medicina.
(Fonte: www.estesl.pt)
Estes profissionais aplicam métodos e técnicas através de equipamentos sofisticados e avaliam as imagens colhidas de acordo com as especificações da clínica, para a complementarização ou implementação do pré-diagnóstico.
Embora o diagnóstico seja a principal área de intervenção, o Técnico de Radiologia intervém hoje ao nível da terapêutica, da prevenção e promoção da saúde e desenvolve actividades de investigação, de gestão e de ensino.
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